quinta-feira, 19 de maio de 2011

Use acupuntura para aumentar sua libido


A descoberta de que as agulhas podem resgatar o desejo sexual tem levado muitas pacientes aos consultórios de médicos acupunturistas. 

“Até pouco tempo atrás não ouvíamos esse tipo de queixa”, diz Ruy Tamigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura. “Hoje temos pacientes de 25 a 70 anos buscando a ajuda das agulhas para retomar a libido”, diz ele. 

Qual é o segredo do sucesso dessa terapia empregada há mais de 4 mil anos na China e há apenas 40 anos no Ocidente? De acordo com os especialistas, muito se deve à forma de enxergar o paciente. “Olhamos para o ser humano de forma integral”, explica Ruy. “A falta de desejo sexual é um problema complexo ocasionado por vários fatores. Se a libido está em baixa, outros aspectos da vida também não andam bem. Daí a diferença da medicina ocidental, que trata a doença separadamente.” 

O diagnóstico detalhado é outro ponto a favor. Não é simples se sentir à vontade para contar a um estranho sobre nossa vida sexual – ainda mais se a consulta for rápida! De maneira geral, a tendência é guardar o problema para si e sofrer sozinha por um bom tempo. O profissional de acupuntura, no entanto, formula uma série de questões a respeito de qualidade de vida, dando a deixa para quem quiser falar de falta de libido. “A maioria reclama de cansaço e stress. Depois, lá pelo meio da conversa, se abre e revela que a vida sexual não anda bem”, conta Anaflávia de Oliveira Freire, professora da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e Ph.D. em acupuntura. Além da consulta mais prolongada, o tratamento com acupuntura exige várias sessões, o que vai criando uma relação de confiança para a paciente falar da disfunção.

Agulha no ponto certo





“É praxe o acupunturista pedir exames clínicos e laboratoriais para descartar problemas de origem orgânica, como disfunção da tiroide, desequilíbrios hormonais, pressão alta, diabete”, explica o médico evaldo martins leite, presidente da associação brasileira de acupuntura. O tratamento acontece uma vez por semana e dura em média uma hora, com chance de se estender por até quatro meses. Os pontos a ser estimulados dependem do caso e podem mudar a cada sessão. No entanto, três deles, chamados de ginecológicos, são relacionados à libido. Um atua na glândula suprarrenal (responsável pela produção de hormônios sexuais), o outro nos ovários e o terceiro no sistema nervoso central. Na sessão, busca-se também estimular a produção de hormônios como a endorfina, que relaxa e acalma; a serotonina, que tem ação no humor e na ansiedade; e a noradrenalina, que induz à excitação física e mental. Já os pontos dos hormônios estrógeno, progesterona e testosterona podem ser ativados para gerar a sensação de bem-estar. Aliás, esse é um dos trunfos do tratamento, segundo a ginecologista e acupunturista telma mariotto zakka. Quando a mulher se sente bem, naturalmente a sexual idade dela tende a aflorar. A acupuntura melhora quadros de ansiedade e depressão, além da disposição física e emocional”, diz Telma.

Efeito comprovado



Ainda não existem estudos científicos sobre a eficácia do tratamento para essa disfunção sexual feminina, mas Anaflávia estima que há sucesso em 80% dos casos. Em certas situações, o acupunturista aconselha também a busca de um psicólogo ou terapeuta para resolver traumas, educação sexual rígida, violência doméstica e relacionamentos complicados, entre outras questões que costumam afetar a libido. A dobradinha de tratamentos amplia a chance de bons resultados. Até mesmo médicos não especializados nessa terapia confirmam que as agulhas podem mesmo agir positivamente no desejo. Segundo a ginecologista e obstetra Elsa Gay, coordenadora do Ambulatório de Sexualidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp), cerca de 70% das mulheres atendidas no ambulatório sofrem com falta de libido e, na maioria dos casos, a causa é psicológica. “As pacientes querem um remédio mágico para voltar a ter desejo e muitas tomam drogas, como antidepressivos, que podem diminuir ainda mais a libido”, conta ela. “Quando recorrem a essa terapia, acabam ficando menos ansiosas, o que ajuda na volta do desejo sexual”, atesta. Outro trunfo da acupuntura? Ela se mostrou eficaz também em casos graves de vaginismo (quando a mulher contrai o músculo próximo à vagina, evitando a penetração). Há estudos no HC com pacientes que se submeteram à acupuntura paralelamente ao tratamento tradicional e obtiveram melhora melhora significativa”, confirma Elsa.

O poder da picadinha



As agulhas entram em ação para equilibrar os fluxos energéticos do corpo e, assim, proporcionar um bom estado geral de saúde. A ciência já estudou e comprovou o sucesso da acupuntura para diversos males. A eficácia no tratamento de dor crônica é de 50% a 85% – comparável à de drogas potentes, como a morfina. Essa técnica só foi reconhecida como especialidade médica no Brasil há pouco tempo, em 1998. De acordo com a Associação Brasileira de Acupuntura, existem cerca de 30 mil especialistas, sendo 20% médicos por formação. No Brasil, a Unifesp foi a primeira instituição de saúde a montar um pronto-socorro dessa terapia, atendendo atualmente cerca de 1,5 mil pacientes por mês. Outras 2,5 mil pessoas passam mensalmente pelo ambulatório de acupuntura, que funciona com o de ortopedia. Segundo Ruy Tamigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura, um médico com especialização em acupuntura, reconhecido pela Associação Médica Brasileira (AMB), é o profissional mais indicado para tratar da libido com as agulhas. Isso porque ele pode oferecer um diagnóstico mais preciso e descobrir se há necessidade de outro tipo de tratamento paralelo.

Depoimentos

“Comentei com a ginecologista sobre minha falta de vontade de fazer sexo com meu marido. Depois que vieram os filhos, tudo o que quero é dormir! Para minha surpresa, ela me disse que também era especializada em acupuntura e me indicou o tratamento com as agulhas. Segundo a médica, eu sentiria uma melhora na diminuição da ansiedade, ficaria mais disposta e, naturalmente, acabaria retomando o interesse por sexo. Em dois meses voltei a ser feliz na cama.”
Silvana De Sá Faria, 36 Anos, Funcionária Pública
“Há quatro anos, vivi uma crise de depressão e, por indicação de um amigo, fiz acupuntura, mesmo tendo medo de agulhas. As sessões me ajudaram muito a sair daquela fase ruim. No ano passado, foi a libido que resolveu despencar. Eu, que sempre fui muito bem resolvida na cama, não tinha vontade de fazer sexo. Então, soube que a acupuntura poderia fazer a diferença mais uma vez. Liguei para a terapeuta e recomecei as sessões. Estou no segundo mês de tratamento e já sinto melhora, apesar de pequena. Vou continuar.”
Miriam Gomes De Oliveira, 39 Anos, Advogada
Claudia on Line
Foto Fabio Heinzenreder




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